Pflex Arquitetura Desobediente

OCUPAÇÃO ROSA LEÃO

O PFLEX Arquitetura Desobediente  (PFlex – PRJ081: Arquitetura Desobediente)  foi criado em 2016, a partir do pressuposto que desenho, construção e uso são etapas indissociáveis do processo projetual, conectadas de forma não linear e dinâmica.  Proposta e ministrada pela professora Marcela Brandão, essa disciplina é desenvolvida, desde então,  em articulação com o projeto de extensão Artesanias do Comum, a partir de  demandas vindas de grupos parceiros da extensão. 

No que se refere às metodologias de ensino para o desenvolvimento das propostas arquitetônicas,  os alunos devem construir instrumentos de interlocução interativos (maquetes, jogos, mapas e linhas do tempo) a fim de (1) discutir e problematizar demandas junto aos parceiros, (2) mapear recursos materiais e humanos disponíveis, (3) acordar as soluções projetuais. As propostas arquitetônicas desenvolvidas devem ser consistentes em termos técnico-materiais e viáveis no que se refere aos quesitos econômicos. Parte dessas propostas devem ser executadas por meio de atividades práticas desenvolvidas nos laboratórios da Escola e/ou por meio de mutirões com os parceiros.

O PFLEX Arquitetura Desobediente, no primeiro semestre de 2017, foi desenvolvido em parceria com a coordenação da Ocupação Rosa Leão, a partir da reflexão sobre memória e feminismo, com o foco em reconstruir a história da Ocupação Rosa Leão sob o olhar das mulheres.

desenvolvimento

Para tal, foram construídos (1) a base de uma linha do tempo, (2) variadas formas de corpos femininos (baixos, altos, gordos, magros), (3) uma coleção de palavras pinçadas em conversas informais com as moradoras da ocupação e nos debates em sala de aula (alegre, triste, luta, feminino, moradia, rua, cuidado, compartilhamento, disputa, etc), e (4) uma coleção de imagens da ocupação, baixadas da internet.
A proposta era que as moradoras se representassem na linha do tempo no momento em que chegaram na ocupação e no momento mais marcante de sua vida na comunidade, e que identificassem no tempo eventos importantes da luta, a partir das fotos e das palavras impressas pelas estudantes. Para que o jogo não fosse algo fechado e pré-definido, papéis em branco também foram levados, além de tesouras e lápis de cor, para que novas palavras fossem escritas ao longo do processo, e para que cada moradora pudesse inserir suas marcas e suas histórias nos corpos desenhados.

A construção da linha do tempo (e da memória) visava recuperar lembranças sobre momentos de luta, das violências vividas, das amizades feitas, do orgulho de ser negra e das dores de ser ameaçada de despejo, que desencadearam narrativas potentes sobre as práticas femininas e feministas sobre a produção de um território não apenas físico, mas sobretudo afetivo.

Assim, lembranças foram narradas, e depois registradas, puderam ser transformadas em suportes (cartazes, estandartes, livro) de uma instalação para a comemoração do aniversário da ocupação. Tessitura de lembranças e saberes que evidenciaram outras subjetivações, subversivas e potentes, indicando pistas para a construção de outras condutas.

 

alunos

 Flávio Barbosa

Gabriela Resende

Luiza Salles

Daniela Faria

Ludmila Aquino

Lethícia Gomes

Henrique Porto 

Camila Alvarez

Verônica Horta

Maria Clara Mariano

Natália Ravagnani

Gabriela Tavares

Tayná Marques