DESENHO TÉCNICO I – HORTELÕES DA LAGOINHA
PRJ064 – DESENHO TÉCNICO
A proposta da disciplina é inverter esse caminho. Ao se fazer isso o objeto tridimensional ajuda o aluno a construir um entendimento físico do processo, já que o objeto a ser representado está lá e a projeção do mesmo em diedro deixa de ser abstrata. Isso torna a compreensão do processo de fabricação mais incorporada ao processo de projeto. Assim uma linha representada deixa de ser uma linha e passa incorporar significados de fabricação como: serrar, parafusar. Tal inversão ainda diminui a distancia entre a representação e a construção.
Durante a disciplina Desenho técnico I, os alunos exercitaram sua capacidade de representação em croqui, planejamento de montagem elaborado a partir dos croquis produzidos, capacidade de construção de objetos usando desenho técnico como ferramenta, representação técnica construída a partir de objeto tridimensional. É proposta, a cada semestre na disciplina, a construção do objeto como forma de entender a representação e sua finalidade. Tal objeto é definido por demandas da comunidade.
Mobiliário para os Hortelões da Lagoinha
No primeiro semestre de 2018, foi feita uma parceria da disciplina com a pesquisa Jardins Possíveis e o Hortelões da Lagoinha para o desenvolvimento de mobiliários com base nas demandas da comunidade. Essa interação foi proposta como forma de aproximar comunidade e universidade numa construção mútua de saberes. Os Hortelões da Lagoinha são uma iniciativa coletiva, realizada por moradores de Belo Horizonte, que implementam hortas urbanas sob o pretexto da criação de novos processos de produção de alimentos e de ocupação urbana. O mobiliário construído foi baseado nas necessidades dos Hortelões de sombra e um espaço para comer, guardar ferramentas, sentar e expor informações.
O primeiro espaço escolhido pelo projeto para a implementação de uma horta urbana chama-se “Quintal de Sô Antônio” e trata-se de uma área remanescente da duplicação da Avenida Presidente Antônio Carlos lindeira à Rua Francisco Soucasseaux, onde está sendo construída uma horta. Os hortelões pretendem transformar o local em laboratório a céu aberto, com troca de experiências, conhecimentos, plantio, confraternização e ações culturais.
Processo de produção do mobiliário
Processo de fabricação do mobiliário durante a disciplina.
entrega do diário de pesquisa
Na ocasião, também foi entregue um diário de pesquisa, que guardará todas as anotações do cotidiano dos Hortelões para ajudar na pesquisa do Jardins Possíveis posteriormente. O uso de “Diário de Jardins” se baseia na hipótese de que as anotações podem ser interfaces de virtualização da memória e da potente ampliação da possibilidade de pesquisa de duração mais longa sem a presença do pesquisador. Isso permite que as relações sócio-espaciais e os atores em jogo nos jardins estudados fiquem em evidência, além de complementar o modo tradicional de pesquisa – entrevistas e questionários.