Pflex Arquitetura Desobediente

CAROLINA MARIA DE JESUS ESPAÇOS COLETIVOS

O PFLEX Arquitetura Desobediente  (PFlex – PRJ081: Arquitetura Desobediente)  foi criado em 2016, a partir do pressuposto que desenho, construção e uso são etapas indissociáveis do processo projetual, conectadas de forma não linear e dinâmica.  Proposta e ministrada pela professora Marcela Brandão, essa disciplina é desenvolvida, desde então,  em articulação com o projeto de extensão Artesanias do Comum, a partir de  demandas vindas de grupos parceiros da extensão. 

No que se refere às metodologias de ensino para o desenvolvimento das propostas arquitetônicas,  os alunos devem construir instrumentos de interlocução interativos (maquetes, jogos, mapas e linhas do tempo) a fim de (1) discutir e problematizar demandas junto aos parceiros, (2) mapear recursos materiais e humanos disponíveis, (3) acordar as soluções projetuais. As propostas arquitetônicas desenvolvidas devem ser consistentes em termos técnico-materiais e viáveis no que se refere aos quesitos econômicos. Parte dessas propostas devem ser executadas por meio de atividades práticas desenvolvidas nos laboratórios da Escola e/ou por meio de mutirões com os parceiros.

A disciplina desenvolvida no segundo semestre de 2018 na Ocupação Carolina Maria de Jesus, discutindo e construindo soluções arquitetônicas para seus espaços coletivos. Como aposta-se na importância e no reforço do tripé pesquisa-ensino-extensão, participou desse processo a bolsista do programa Natureza Política, Cintya Ornelas. Os grupos foram divididos segundo os espaços da portaria, pracinha, refeitório, creche e escada.

processos de aproximação do território

A primeira visita ao território com objetivo de fazer o levantamento foi feita no dia 22 de agosto. O objetivo era realizar uma dinâmica junto aos moradores para mapear as questões essenciais do território. 

A dinâmica se iniciou com uma conversa sobre as atividades exercidas na antiga ocupação Carolina, o que eles gostavam de fazer e o que gostariam de continuar a praticar no novo espaço. Em seguida, os alunos apresentaram a maquete e percorreram pelos lugares que ela representava e pediram aos participantes que colocassem no espaço tudo que desejariam que tivesse. Conforme as pessoas iam colocando suas peças, gerava-se uma discussão entre os moradores acerca da adequação da peça ao local.

Percebeu-se que os moradores já criavam um imaginário de lugares e como eles querem os espaços, de uma forma mais organizada. Parecia consensual entre eles a necessidade de um local para atividades de descanso, também, já que todos optaram por atividades tranquilas em detrimento daquelas que requerem maior agitação. 

Jogos e dinâmicas utilizadas com as crianças e moradores da ocupação.

propostas

Após todos os levantamentos e visitas iniciais, os grupos produziram diagramas de verbos e cores para a melhor visualização das problemáticas e potencialidades de cada lugar. As propostas em geral se voltaram para plantas/cortes técnicos e humanizados e o detalhamento dos principais objetos e equipamentos que seriam utilizados em cada um dos espaços. Dessa forma, os alunos listaram os principais materiais e o modo de execução de cada elemento proposto, de forma que os moradores pudessem replicá-los apenas com o manual.

Escada: Quanto à segurança, o grupo decidiu propor piso antiderrapante, adesivo refletivo, rede de proteção e extintores de incêndio. Quanto à necessidade de descanso, o grupo propôs bancos dobráveis nos patamares ou entre os pavimentos. Quanto à comunicação, a instalação de sinos foi a solução para aviso na hora dos encontros e quadros para avisos gerais pregados na parede. Por fim, o grupo propôs representações artísticas nos corredores de acordo com os nomes dos pavimentos. A execução seria realizada em conjunto com os moradores de acordo com suas habilidades (marcenaria, pintura, grafite, etc.), com ajuda de arrecadação de recursos na “Feira de Tudo” e divulgação nas redes sociais.

Refeitório: O grupo optou pela reforma e pintura de mesas, cadeiras e bancos, móveis feitos com pallets, uma horta vertical e um espaço de cultivo. Além disso, o espaço conta também com espaços de lazer e convívio.

Creche: Focou na produção de mobiliário infantil para o uso das crianças da ocupação, utilizando madeira de reuso devidamente acabada e pintada.

Portaria: O grupo decidiu promover diversas atividades neste espaço, como a exposição permanente  de artes dos moradores e de registros da ocupação, uma biblioteca referente às atividades existentes no andar e um mural de identidade visual.

Propostas dos grupos da escada, refeitório, creche, portaria e pracinha, respectivamente.

Produção dos mobiliários em parceria com os moradores.

produtos finais

alunos

Grupo Portaria

Luara de Oliveira

Luiza Guinho

Talal Belanaya

Grupo Pracinha

Felipe Hardy

Mauro Franco

Maria Luiza

Grupo Refeitório

Ana Clara Vargas

Isabella Morais

Luiza Lessa

Grupo Creche

Alexandre Bailleux

Clara Banterli

Maria D. Donosco

Grupo Escada

Carlos Victor

Isabela Catarina