Pflex Arquitetura Desobediente
MOP PPL
O PFLEX Arquitetura Desobediente (PFlex – PRJ081: Arquitetura Desobediente) foi criado em 2016, a partir do pressuposto que desenho, construção e uso são etapas indissociáveis do processo projetual, conectadas de forma não linear e dinâmica. Proposta e ministrada pela professora Marcela Brandão, essa disciplina é desenvolvida, desde então, em articulação com o projeto de extensão Artesanias do Comum, a partir de demandas vindas de grupos parceiros da extensão.
No que se refere às metodologias de ensino para o desenvolvimento das propostas arquitetônicas, os alunos devem construir instrumentos de interlocução interativos (maquetes, jogos, mapas e linhas do tempo) a fim de (1) discutir e problematizar demandas junto aos parceiros, (2) mapear recursos materiais e humanos disponíveis, (3) acordar as soluções projetuais. As propostas arquitetônicas desenvolvidas devem ser consistentes em termos técnico-materiais e viáveis no que se refere aos quesitos econômicos. Parte dessas propostas devem ser executadas por meio de atividades práticas desenvolvidas nos laboratórios da Escola e/ou por meio de mutirões com os parceiros.
No 1o semestre de 2022, ou seja, na volta do ensino presencial, depois de 2 anos, 4 versões no esquema virtual, o Arquitetura desobediente voltou ao corpo a corpo, no território. Desta vez, o parceiro foi o grupo de lideranças da Favela Pedreira Prado Lopes (PPL), historicamente envolvidas com o orçamento participativo de BH.
A demanda do grupo era incrementar e resgatar um antigo espaço da comunidade, o espaço cidadão. Esse espaço tinha sido o subsolo da caixa d’água da Pedreira, construída para abastecer o Conjunto habitacional IAPI, que, com a sua desativação, foi ocupado por famílias sem teto. No governo Patrus Ananias, foi construído o conjunto Araribá para abrigar essas famílias e o subsolo foi ocupado por lideranças e moradores para a realização de oficinas voltadas para jovens e adultos da favela. Mais tarde, o espaço cidadão virou o Centro Cultural Liberalino Alves e foi transferido para o antigo Mercado da Lagoinha. Com o tempo, grande parte do subsolo foi transformado em uma igreja evangélica, restando para a comunidade apenas uma pequena área.
Essa história, bem como todo o engajamento político dos moradores da Pedreira, precisava ser contada, o que levou a criação do no Museu do Orçamento Participativo da PPL (MOP-PPL), com o apoio do TCC de uma ex-bolsista do grupo de pesquisa Indisciplinar, a Susan Oliveira. Em 2021, esse TCC gerou uma página do instagram e agora deveria ser desdobrado na reforma do espaço remanescente na sede do Museu.
processos de aproximação do território
Para ampliar o repertório dos estudantes, foram realizadas 2 visitas: no Muquifo, um museu construído na fronteira do bairro São Pedro com o Morro do Papagaio, a partir de esforços da comunidade e do padre Mauro, que recebeu a turma.
A segunda visita foi ao Lá da Favelinha um espaço idealizado e coordenado pelo Kdu dos Anjos para promover oficinas para os jovens moradores do Aglomerado da Serra. O espaço foi reformado pela equipe do arquiteto Fernando Maculan, que recebeu a turma com o Kdu, para contar aos alunos a história do espaço e dos pressupostos elencados no projeto arquitetônico desenvolvido.
Como nas outras versões do PFLEX, foram realizadas conversas e dinâmicas com as lideranças, tendo como recursos dialógicos uma grande maquete e jogos, construídos a partir de todo material pesquisado, inclusive das visitas realizadas.
Referências: Muquifo e Lá da Favelinha.
Levantamentos e dinâmicas.
propostas
O resultado foi um projeto em 3 escalas: urbana (com a inserção de uma escada/ mirante, stencils, grafites e pinturas das fachadas), arquitetônica (mudança do lay-out , pintura de piso, tetos e paredes, novas instalações elétricas e instalação de bancada com pia para apoio dos lanches) e do design (com transformação das atuais divisórias em mobiliário e suportes expositivos e projeto de luminárias de acrílico com fotos representativas da comunidade).