apresentação da rede
Rios Urbanos Naturalizados (RUN) é uma rede lusófona que é financiada pelo Programa Iberoamericano de Ciencia y Tecnología para el Desarrollo (CYTED) e coordenada pela equipe da Universidade Lusófona, com sede em Lisboa, tendo Carlos Smaniotto Costa como coordenador geral. O principal objetivo da rede é identificar qual o papel das pessoas na cocriação e na regeneração dos rios urbanos, com a minimização dos riscos, sejam eles ambientais ou sociais.
O projeto é previsto para durar 48 meses e conta com 15 equipes parceiras de 8 países ibero-americanos, sendo eles: Portugal, Espanha, Brasil, Colômbia, Peru, Equador, Paraguai e Argentina. Cada parceiro possui diferentes experiências e visões que contribuem muito para consolidar a rede colaborativa proposta nos objetivos da rede, conciliando três principais componentes: a cidade (sistema construído), o rio (sistema natural) e a comunidade ribeirinha (população que vive e trabalha próximo a esses rios, muitas vezes dependendo deles).
mídias sociais e divulgação da ciência
A professora Luciana Bragança é responsável por coordenar a equipe oficial da Universidade Federal de Minas Gerais no RUN, também composta por Marcela Brandão, Isabela Prado, Frederico Canuto e Carolina Anselmo. Além disso, o programa de extensão Natureza Política participa da rede RUN pela criação e organização das mídias sociais e divulgação da ciência, principalmente através da utilização do Instagram, que é uma importante plataforma para apresentar todas as equipes envolvidas na rede e o trabalho de cada um. Isso será importante também para que equipes com interesses similares possam trabalhar juntas em um futuro próximo, identificando formas de desenhar novas estratégias de construção da cidade com as comunidades e a partir dos territórios em que estão inseridas.
Ademais, a plataforma do instagram do RUN é muito importante para o público externo. O principal objetivo da equipe da UFMG, ao trabalhar nas mídias sociais, é poder, através delas, difundir a ciência e democratizar o conhecimento. Como o Instagram é a terceira rede social mais usada do mundo, espera-se que outros públicos fora da bolha das universidades tenham acesso ao que está sendo estudado e produzido no meio acadêmico, em vários países, no que diz respeito aos rios urbanos, de uma forma fácil e entendível. Tomando o próprio caso de Belo Horizonte como exemplo, os rios estão desaparecendo da memória popular e da vista das pessoas, e falar sobre esse assunto pode despertar uma consciência no indivíduo que, às vezes, já não pensava mais nisso.
A ideia geral da arte e identidade visual do Instagram foi criada e desenvolvida pelos bolsistas do programa Natureza Política. De início, foi pensado em um mapa mundi que mostrasse todos os países e universidades participantes da rede e mostrar, graficamente, que todos estão conectados através das águas. Dessa forma, os rios e oceanos têm mais destaque no mapa. A rede que foi desenhada em cima liga todos os países participantes e traduz um pouco dos próprios objetivos do RUN, que visa criar uma estrutura para um constante e dinâmico intercâmbio de conhecimento e experiências. Ou seja, todos trabalham, de formas diferentes, com temas muito similares. Quanto à identidade visual, desejamos manter o máximo as cores características do RUN, verde e azul.
webinário
Print do webinário da equipe da UFMG.
Mensalmente, cada equipe participante da rede RUN apresenta, em formato de webinários, os trabalhos e propostas desenvolvidas dentro do tema rios urbanos. No dia 11 de julho de 2022, a coordenadora da equipe da UFMG Luciana Bragança, em conjunto com a professora Marcela Brandão e a bolsista Jade Dalfior, apresentaram o quarto webinário do ciclo “RIOS URBANOS”. Link do webinário no YouTube.
O trabalho apresentado articula três projetos de pesquisas e um programa de extensão, todos desenvolvidos na Universidade Federal de Minas Gerais, na Escola de Arquitetura e na Escola de Belas Artes. Os referidos estudos são localizados ao longo da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Arrudas, afluente do Rio das Velhas, integrante da bacia do rio São Francisco, importante corpo hídrico para formação histórica do território da cidade de Belo Horizonte.
A bacia do Ribeirão Arrudas tem uma população total de 1,2 milhões de habitantes, com 93,7% desses habitantes concentrados em Belo Horizonte, nossa área de estudo. Atualmente 57% do curso hídrico está canalizado e desses, 15% está fechado, o que corresponde à região central projetada para a cidade de Belo Horizonte. Entretanto, à montante e à jusante encontramos áreas ainda em leito natural e os estudos apresentados contam com pontos nesses locais, além de um ponto central onde o rio é invisível.
As experiências trabalhadas pela equipe da Universidade Federal de Minas Gerais estão articuladas a diferentes projetos e abordagens, a partir do tripé ensino, pesquisa e extensão.
Vale ressaltar que todos atuam nos conflitos ambientais; partem do planejamento urbano por bacias; cartografam e trabalham espaços cotidianos, narrativa, valores e memórias em prol dos cursos hídricos; propõem mecanismos de divulgação dos materiais mapeados, estratégias de governança, políticas públicas e intervenção urbana.