UNI073

AMAZÔNIA RIBEIRINHA: UMA CARTOGRAFIA BAILANTE

A disciplina transversal UNI073 – Amazônia Ribeirinha: Uma Cartografia Bailante aconteceu no segundo semestre de 2022 e foi um convite de viagem à distância com reflexões sobre a(s) Amazônia(s) ribeirinha(s), considerando as relações e saberes-fazeres dos ribeirinhos com a natureza, a transescalaridade, o espaço/tempo, a habitação palafítica e a urbanização extensiva. 

O objetivo da disciplina foi o desenvolvimento de cartografias a partir da produção gráfica de relatos compartilhados, com o uso de linguagens diversas (textos, vídeos, sons, desenhos, relatos etc.), a fim de viabilizar conflitos e fortalecer re-existências.

desenvolvimento

Diante de inquietações vindas de investigações em BH e no Amapá, foi aberta uma disciplina optativa na Escola de Arquitetura da UFMG, cujo objetivo era construir uma “Cartografia bailante” sobre as Amazônias Ribeirinhas. Ressalta-se que Amazônias no plural, porque a Amazônia são várias e diversas, e  Bailante porque o Arquipélago do Bailique foi o ponto de partida da disciplina  e seu nome vem da imagem “ilhas que bailam“. 

Mas bailante também porque a intenção era cartografar o território de forma aberta e não-prefigurada, a partir do desafio: como identificar se algo é da ordem da resistência ou da sujeição, respeitando o caráter subversivo das práticas cotidianas, mas, ao mesmo tempo, sem cair na sua  idealização/ romantização? Como manter o pressuposto relacional da cartografia sem ignorar contextos diferentes, mas, ao mesmo tempo, sem fixar identidades? Como construir híbridos, sem apagar as diferenças?

Em função  da distância geográfica entre o local da disciplina e a Amazônia, o convite lançado foi de uma investigação-viagem, diante da qual os alunos deveriam recorrer às 3 categorias analíiticas propostas por Haesbaert (normativa, conceitual e da prática), trazidas para a disciplina como manual de viagem, guia de viagem e caderno de viagem, respectivamente. 

Desenvolvimento de atividades interativas e palestras.

Nas primeiras aulas, foram recebidos palestrantes que apresentaram suas pesquisas e repertórios como forma de introduzir os alunos ao tema das amazônias ribeirinhas. Dinâmicas interativas entre os alunos também foram realizadas em cima de três grandes mapas do arquipélago do Bailique, onde os participantes tiveram que relacionar diferentes imagens do local e costurá-las com textos das características que encontravam em comum entre elas.

trabalho final

O trabalho final consistiu na construção de um grande mapa seguindo o curso do rio Amazonas, apontando algumas cidades principais e, nelas, reunindo informações sobre as materialidades, as resistências e as identidades do local. As fotos também foram separadas em cores que representavam as perguntas: o que? por que? com quem? e com o que (natural e inventos)?

Para mesclar as 3 maneiras de viajar propostas por Haesbaert, foram usadas 6 perguntas disparadoras elencadas pelo Método Cartográfico Indisciplinar (onde, o que, por que, com quem, com o que), que funcionaram como marcadores na seleção das imagens e dos textos compartilhados nas aulas expositivas, palestras com convidados e bibliografia disponibilizada:

O que: rosa

Por que: azul

Com quem: marrom

Com o que (natural e inventos): verde

Situadas sobre o curso do rio Amazonas (onde), as imagens e textos foram costuradas por linhas de cores diferentes, a partir de arranjos híbridos, que definiram  3 eixos de leitura: 

Materialidades – com o que ( natural e inventos): branco

Identidades – com quem + com o que (natural e inventos) e por que: amarelo

Partindo do pressuposto que as relações de poder acontecem de várias formas e em escalas diversas, e que movimentos de resistência podem se manifestar para além das formas evidentes, aposta-se aqui na costura transversal dos eixos materialidades e identidades para a construção de outros indicativos das relações de resistência.

Resistências: vermelho

 

 

 

Desenvolvimento do trabalho final.

alunos

Ana Luisa Carvalho

Andriel Felipe Dias

Jade Alvarenga Dalfior

Laura Julia Rodrigues

Pedro Triani

Pernille Sambourg