A visita aconteceu no dia 23 de novembro de 2022 e contou com a participação do Sérgio, integrante do RUN da equipe da Universidade de Buenos Aires que veio ao Brasil conhecer mais sobre o programa Natureza Política. 

Foto: Visita em grupo ao território. Fonte: Acervo Natureza Política.

A visita aconteceu no dia 27 de julho de 2022, e contou com a participação da professora Marcela Brandão e dos integrantes do projeto Copolis (FAUUSP) e Lavue, com intenção de apresentar o território.

Foto: Visita em grupo ao território. Fonte: Acervo Natureza Política.

A disciplina PRJ 052 - ATHIS: Assessoria Técnica: uma prática em movimento, foi ministrada pelas professoras Marcela Brandão e Letícia Notini no primeiro semestre de 2022. 

O objetivo principal da disciplina foi o desenvolvimento de instrumentos cartográficos interativos (jogos) que pudessem mapear aspectos do território trabalhado e subsidiar assessorias técnicas populares que objetivem a construção de novos imaginários urbanos.

Dessa forma, os grupos se basearam em territórios reais e em seus conflitos e potencialidades, e um dos grupos trabalhou com o território do Vale das Ocupações, levando em consideração todas as questões já mapeadas, principalmente pelo programa de extensão Natureza Política.

Saiba mais sobre a disciplina.

Foto: Rodada de jogos. Fonte: Acervo Natureza Política.

A reunião aconteceu no dia 17 de maio e teve a presença das coordenadoras e dos bolsistas do Natureza Política e da Poliana, coordenadora nacional do MLB.

A discussão aconteceu ao redor da maquete do Vale das Ocupações, produzida na oficina do professor Tiago Castello Branco, e teve o objetivo de atualizar sobre os processos que estão acontecendo no território.

A maquete foi de grande ajuda, pois permitiu que os participantes visualizassem com mais clareza o que estava sendo colocado na discussão. Post-its e fitas foram usados como elementos de identificação de áreas-chave e elementos físicos, como as APPs dos fundos de vale e das nascentes presentes no território.

Foto: Reunião. Fonte: Acervo Natureza Política

No dia 09 de abril aconteceu um encontro na Creche Tia Carminha, dentro do Vale das Ocupações, com objetivo principal de reunir o MLB e seus parceiros de forma que fosse possível visualizar as redes e parcerias já realizadas, bem como fortalecer e ampliar os elos e determinar as próximas frentes de ação a partir das demandas e condições disponíveis.

Foto: Reunião entre parceiros. Fonte: Acervo VINA

A maquete do Vale das Ocupações foi finalizada e é uma importante ferramenta de interlocução e elaboração de diretrizes urbanísticas para o Parque das Ocupações.

Ela foi elaborada pelos pesquisadores discentes Saulo Maciel, Luiza Guinho, Gabriela Grossi, Beatriz Maria Fernandes, Carolina Castanheira e Igor Colombo, sob supervisão dos professores  Tiago Castelo Branco, Marcela Brandão e Luciana Bragança.

Apoio: Oficia de maquetes do Tiago Castelo Branco e Departamento Socioambiental da Vina. 

Fotos: Maquete finalizada. Fonte: Acervo Natureza Política.

O  e-book "Natureza Política: Rupturas, aproximações e figurações possíveis" pode ser acessado no link.

Fonte: Instagram Natureza Política.

Em agosto de 2021, a equipe Natureza Política iniciou, por meio do Projeto Artesanias do Comum, a sua participação dentro do GT Agroecologia, um grupo de trabalho aberto destinado à discussão e elaboração de estratégias agroecológicas nas ocupações do Barreiro. Seus participantes são militantes do MLB, VINA, profissionais parceiros e moradores das ocupações do Barreiro.

Após o término da Formação Transversal Natureza Política, foi iniciada a elaboração do livro e e-book Natureza Política pela equipe do programa de extensão, o qual reunirá artigos e transcrições de entrevistas de participantes convidados, sendo que alguns dos artigos que compõem o conteúdo, partiram de discussões que ocorreram no Webinário Internacional Natureza Política. 

No mês de maio, teve início a Formação Transversal Natureza Política: Rupturas, aproximações e figurações possíveis, coordenada pelas professoras responsáveis Marcela Brandão (PRJ/EA-UFMG) e Patrícia Azevedo (FTC/EBA-UFMG), e pela professora colaboradora Luciana Bragança. A disciplina busca refletir e construir um entendimento das relações entre natureza, cultura e política em territórios autoconstruídos sob conflitos socioambientais. 

O Webinário Internacional Natureza Política, que aconteceu nos dias 25, 26 e 27 de maio, abriu a disciplina e trouxe nove palestrantes de diversas áreas do conhecimento para debaterem sobre a temática em pauta. O segundo dia do evento, contou com a presença da coordenadora nacional do MLB, Poliana Souza, que falou sobre as práticas em curso no Vale das Ocupações, onde ela mora atualmente. 

No mês de junho, a disciplina teve continuidade, seguindo para um momento de produção audiovisual. Nessa etapa, as discussões instigadas pelo Webinário e pelas aulas da professora Patrícia, deram base ao desenvolvimento dos trabalhos dos alunos matriculados a partir do fio narrativo ÁGUA no Vale das Ocupações.

Imagem do folder da Formação Transversal.

Utilizado como ferramenta de divulgação junto à comunidade externa, o Instagram do programa complementa o site e exerce a interação social de maneira mais dinâmica.

Figura: Feed do Instagram Natureza Política.

Os encontros para confeccioná-la aconteceram na oficina de maquetes do professor Tiago Castelo Branco, que acompanhou e orientou de perto todo o processo, assim como os funcionários da maquetaria

Os pesquisadores discentes que participaram foram: Saulo Maciel, Luiza Guinho, Luiz Eduardo, Beatriz Maria, Gabriela Grossi e Igor Colombo.

Foto: Maquete em processo. Fonte: Acervo Natureza Política.

Mutirão comunitário para reformar a praça rebatizada, no dia 14 de março de 2020, como Praça Marielle Franco, em homenagem à vereadora que foi defensora dos Direitos Humanos e das minorias, assassinada no dia 14 de março de 2018.

Os participantes do mutirão promoveram a limpeza e capina do local, e posteriormente  realizaram plantios de mudas e pintura dos lugares de permanência. 

Participantes: Extensionistas do programa Natureza Política - Luiz Eduardo e Luiza Guinho, MLB, VINA, moradores do Vale das Ocupações e voluntários.

Fotos: Reforma da Praça Marielle Franco. Fonte: Acervo VINA.

No mês de dezembro de 2019, os pesquisadores discentes Matheus Coelho e Cintya Ornelas, realizaram entrevistas com moradores da Ocupação Paulo Freire a fim de levantar os jardins, hortas e pomares existentes no território. A entrevista foi semiestruturada, e buscou conhecer, entre outras questões, a relação dos moradores com seus espaços de cultivo, que tipo de plantas existem neles, se há possíveis articulações desses espaços com a comunidade em geral, e a relação entre os espaços de cultivo e a moradia. 

Foto: Espaço de cultivo da moradora Rita. Fonte: Acervo Natureza Política.

Nesse dia, houve uma reunião na ocupação Paulo Freire, na casa da moradora dona Sônia, na qual foi apresentado o projeto de reforma do container e do plantio do seu entorno. Estavam presentes: integrantes do MLB (Alexandra, Maura e Beto), pesquisadores da UFMG (Marcela, Matheus e Luiza), moradores da ocupação ( D. Sônia, Chayene, Carla) e equipe da VINA ( Claudia e Sabrina).

Foto: Reunião na casa de Dona Sônia. Fonte: Acervo Natureza Política.

Esse grupo temático tratou da criação de fotomontagem da nova configuração espacial do espaço da coordenação da Ocupação Paulo Freire. Nesse projeto, foi utilizado um container onde foram inseridas possibilidades de um mobiliário reciclado, parte dele já produzido pela empresa VINA a partir de tambores e uniformes descartados.

Figuras: Projeto de reforma de container. Fonte: VINA.

A trilha à área de preservação localizada entre as ocupações Eliana Silva e Nelson Mandela, possibilitou: (1) a identificação de um cedro de tamanho e idade considerável; (2) a localização de um poço de criação de peixes, já, inclusive, indicado por moradores na pesquisa “Jardins Possíveis”; e (3), a coleta de amostras da água das nascentes para análise laboratorial.

Essa trilha aconteceu com a participação de moradores, integrantes do MLB, funcionários da VINA (Sabrina, Cristina, Sr. Camilo) e equipe do Natureza Política (Luciana, Matheus e Luiza).

Foto: Trilha para as nascentes. Fonte: Acervo Natureza Política.

Foi organizada, pela equipe da VINA, uma visita ao Jardim próximo às ocupações do Barreiro, no qual está acontecendo um processo de recuperação de nascentes e preservação da área verde.

Foto: Visita ao jardim. Fonte: Acervo Natureza Política.

Folder de divulgação do evento.

Foto: Projeção do curta.

Foto: Público. Fonte: Acervo Natureza Política.

Visita à Ocupação Paulo Freire para avaliar o estado das mudas plantadas em novembro de 2018, e que contou com a presença de moradores, pesquisadores da UFMG e da bióloga Sabrina (VINA).

Constatou-se que algumas mudas tinham morrido, outras estavam disputando espaço com entulhos e materiais de obra, mas muitas haviam sobrevivido e crescido bastante no intervalo de tempo de aproximadamente 10 meses.

Foto: Avaliação do estado das mudas. Fonte: Acervo Natureza Política.

Reunião realizada para alinhar os grupos de trabalho (universidade, empresa e movimento) e formular encaminhamentos para 2019.2 Acordou-se a criação de quatro grupos de trabalho para incrementar as atividades de campo: GT mobilização, GT urbanização (drenagem e pavimentação), GT arborização e GT reciclagem de resíduos.

A implantação de uma horta no local era uma demanda antiga das coordenadoras da creche. Para que essa ação não se configurasse como uma simples doação de mudas, buscou-se o envolvimento das cuidadoras, bem como das crianças que frequentam a creche.

Participantes: cuidadoras, crianças que frequentam a creche, Ocupação Eliana Silva, VINA e Equipe Natureza Política.

Foto: Ação de plantio na creche Tia Carminha. Fonte: Acervo Natureza Política.

Durante a tarde do dia 07 de junho (sexta-feira), a equipe do Natureza Política (Marcela Brandão, Matheus Coelho e Luiza Guinho) com a presença da professora Fabiana Lopes (trabalha com saneamento) visitou a Paulo Freire para fazer uma avaliação sobre a condição das ruas da ocupação e discutir a elaboração de estratégias para drenagem das águas pluviais. A visita foi conduzida pela Alexandra Assis, moradora e coordenadora da Paulo Freire. 

Ação de terraplanagem na última rua da Paulo Freire, realizada pela empresa parceira (Vina).

Fonte: Acervo Natureza Política.

Verificação das possibilidades de drenagem na Paulo Freire em uma visita feita pela coordenadora do Natureza Política,  Marcela Brandão e pelo Renato (Vina-diretoria).

Fonte: Acervo Natureza Política.

Gravação de divulgação do projeto Parque das Ocupações pela TV UFMG.

Assista o vídeo no link

Verificou-se que vários problemas mecânicos ocorridos em 2018 com o MLBus poderiam ser evitados se tivesse havido uma manutenção sistemática do veículo. Entendendo as dificuldades do movimento para efetivar essa manutenção, como também em fazer a gestão do uso do veículo, a VINA fez a revisão mecânica com as devidas reparações que o veículo necessitava, para realizar uma nova entrega do ônibus.

E para que o movimento pudesse criar diretrizes de operação do coletivo, foi acordado com a equipe da VINA um curso de logística para um integrante do MLB e um curso profissionalizante de mecânica para dois moradores das ocupações, visando assim a autonomia do movimento para a manutenção e demais assuntos mais técnicos relativos ao funcionamento do ônibus.

Foto: Reunião na sede da Vina. Fonte: Acervo Natureza Política.

Nesse encontro foi realizado o plantio de mudas no território a partir de insumos doados/adquiridos para/pelo projeto.

- 82 mudas nativas doadas pela COPASA e pela Boi Rosado;

- Terra vegetal e paliçadas doadas pela Vina e pela COPASA;

- Proteções de tubo e tambor doadas pela Vina e pela COPASA;

- Sinalização.

Fonte: Facebook Natureza Urbana. 

+ fotos no link

Na intenção de mobilizar os moradores para o plantio de mudas a ser realizada na Ocupação Paulo Freire, foi preparada uma dinâmica que incluiu: (1) roda de conversa sobre o plantio e a topografia do do terreno da ocupação com apoio de uma maquete física; (2) oficina de produção das placas de identificação das mudas, utilizando uma tradicional técnica de artesanato: a Pirografia; (3) e realização de um jogo construído pela equipe dos projetos de extensão, no intuito de promover discussões sobre o plantio e sobre o cuidado com as árvores em contexto urbano.

Integrantes: moradores das ocupações Paulo Freire e Eliana Silva, coordenação do MLB (Poliana Souza) equipe Natureza Política (professoras Marcela Brandão e Luciana Bragança, bolsista Cyntia Ornelas), equipe da VINA ( Claudia, Sonia, Cris, Sabrina), COPASA  (Cristiano).

Foto: Placas de identificação produzidas durante oficina. Fonte: Acervo do Indisciplinar.

Foto: Dinâmica com jogo sobre o plantio e cuidados das árvores. Fonte: Vina.

Foto: Discussão coletiva a partir da maquete do território. Fonte: Vina.

Em fevereiro de 2018, o ônibus foi entregue ao MLB, em um café da manhã comemorativo, que contou com a presença dos moradores, lideranças, representantes da VINA, estudantes e professores da Escola de Arquitetura.

Junto com o ônibus, foi também entregue à comunidade o mobiliário desenvolvido na disciplina do curso de Design, ministrada pela professora Luciana Bragança, no 2º semestre de 2017, para dar suporte às atividades educativas da biblioteca da Ocupação Eliana Silva e/ou às atividades itinerantes a serem realizadas através do ônibus  doado.

+ informações no site da Vina e no facebook do MLB.

Figura: Convite para o evento de entrega do ônibus na Ocupação Paulo Freire. Fonte: Imagem produzida por alunos bolsistas do grupo Indisciplinar e militantes do MLB.

A alteração estética da carcaça do ônibus, proposta pelos alunos durante a disciplina de Pflex - MLBus, também foi aprovada pelos moradores das ocupações, mas só foi executada após o término da disciplina. Na semana do dia 24 de outubro, os bolsistas dos projetos de extensão e pesquisa da época se encarregaram dessa atividade, que incluiu desde o desenvolvimento da identidade visual do ônibus, até sua execução de fato. Para isso, foi feito um mapeamento das palavras fortes associadas ao MLB, que posteriormente foram pintadas, sob a forma de um skyline, nas laterais do ônibus pelos próprios alunos e com o apoio dos funcionários da VINA, que também disponibilizaram tintas e equipamentos de pintura.

Fotos: Reforma do MLBus. Fonte: Acervo Natureza Política.

A disciplina de projeto Arquitetura Desobediente, desenvolvida no segundo semestre de 2017, sob orientação da professora Marcela Brandão, surgiu a partir da doação de um ônibus para o MLB que, apesar de antigo (foi fabricado em 1994), estava em perfeitas condições para realizar os deslocamentos que o movimento necessitava para suas ações de militância. O “direito à cidade” experimentado por jovens que participaram de uma ação extensionista anterior, que foram as oficinas de rádio, poderia ser ampliado, e isso foi percebido pelo movimento como sendo um ganho enorme para a luta pela moradia. 

Dessa forma, a intenção era cartografar o território, mapear a produção do espaço engendrada por eles, ampliar repertório, levantar as habilidades de cada um, discutir possibilidades e construir os acordos necessários para a realização efetiva da reforma do ônibus. Esta, deveria ser feita buscando a ampliação do seu uso, ou seja, quando estivesse estacionado - o que deveria acontecer com frequência -, ele deveria acolher outras atividades importantes para os moradores das ocupações. Assim, o plano de ensino da disciplina propôs a conjugação entre projeto e construção, na escala do que é entendido como “arquitetura de interiores”, trabalho que foi desenvolvido coletivamente entre discentes e a comunidade das ocupações Eliana Silva e Paulo Freire, na região do Barreiro em Belo Horizonte.  

Alunos: Bárbara Tavares, Eduardo, Fernanda Nobre, Gabriela, Heitor, Higor, Maria Clara Mariano, Marcos Barbosa, Matheus, Mayumi, Ptrucio e Raul.

+Funcionários da VINA

Foto: MLB-Bus. Fonte: Acervo Indisciplinar.

No segundo semestre de 2017, as pautas do direito à moradia e da preservação ambiental no Vale das Ocupações estavam sendo discutidas na extensão pelo programa Natureza Política e na pesquisa Jardins Possíveis.  Os alunos dos cursos de Design e de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, foram convidados a problematizar as relações visuais entre os componentes do espaço urbano no território abordado, por meio da disciplina “Comunicação Visual: o Edifício e a Cidade”, ministrada pela professora Luciana Bragança. 

A experiência buscou discutir o encontro entre os humanos  e não-humanos e os seus encadeamentos na constituição da paisagem da cidade bem como de seus equipamentos, mobiliários e serviços, apresentando a comunicação visual como uma ferramenta prospectiva e de informação do cotidiano, capaz de gerar possibilidades e processos de intervenção. 

Nesse sentido, a disciplina, em decorrência da aplicação de um processo investigativo, teve como resultado a criação de sinalizações urbanas — córrego, árvores, plantas, nome de ruas e numeração de casas— para o vale. 

Alunos: Leticia de Paula Silva, Maira Louise Martins de Freitas, Marcus Vinicius Barbosa Deusdedit, Maria Celeste Rodrigues da Silva, Nathalia Carvalho de Lima, Nina Vidigal, Paola Resende Galvão, Pedro Henrique Batista da Silva, Rodney Gomes Arouca Silva, Wenderson Tulio Carneiro.

Foto: Placas produzidas durante a disciplina.

A participação no concurso acerca do tema: Comunidade solidária: uma abordagem sistêmica, permitiu levar o Parque das Ocupações para outro território de disputa de narrativas acerca de uma metodologia de projeto que busca potencializar experiências já presentes nos territórios.

Os discentes participantes foram: Caio Nepomuceno, Mayumi Amaral, Marcus Barbosa, Marília Pimenta, Miguel Veloso e Octávio Mendes, sob orientação das profas. Luciana Bragança e Marcela Brandão. As propostas feitas no concurso, reuniram e ampliaram as discussões do que já se pretendia desenvolver no projeto do Parque das Ocupações. Entre elas estão: a expansão do verde; a introdução de uma trama verde e azul relacionada à vegetação e às águas presentes no território; a potencialização das ruas compartilhadas e a proposição de mobiliário urbano nas calçadas.

Foto: Capa do edital do concurso. Fonte: Acervo Indisciplinar.

Dando continuidade às oficinas do Desembola, dessa vez a dinâmica foi mapear a partir de imagem de satélite. Os participantes - jovens das ocupações Eliana Silva e Paulo Freire - identificaram os principais acessos e lugares de referência das ocupações; as casas de cada um; e as casas das pessoas importantes.

Oficineiro: Bruno (AIC)

Monitoria: Maria (Práxis)

Acompanhamento: Vinícius (DESEMBOLA)

Fonte: Acervo Indisciplinar.

A segunda frente de ação foi realizada por meio do acompanhamento das oficinas de rádio pela bolsista (Maria Soalheiro) do projeto “ Mídias Comunitária”, já que a intenção era promover, junto à formação técnica dos jovens, discussões sobre o direito à moradia e o papel dos movimentos de luta, a produção do espaço das ocupações e a ideia de pertencimento desses jovens, do direito à cidade e as fronteiras e interdições percebidas e vividas por eles.

Imaginava-se que tais discussões poderiam ser incorporadas às pautas dos programas que iriam ser veiculadas pela rádio, dando visibilidade aos conflitos existentes no território e também fortalecendo os processos solidários e colaborativos engendrados na produção do espaço das ocupações. As oficinas contemplaram atividades voltadas tanto para a formação técnica dos jovens, quanto para promoção de discussão sobre questões sobre território, comunicação e juventude.

Figura: Imagens das oficinas de rádio realizadas pelo projeto “Desembola na Ideia” no Plug Minas

Fonte: Artigo - Quatro experiências extensionistas: deslocamentos espaciais e narrativos, da autora Marcela Silviano Brandão Lopes.

Foram iniciadas as oficinas de rádio em duas frentes.  A primeira, visou a  elaboração do projeto arquitetônico da sede da rádio comunitária da Eliana Silva, e trabalhou a partir de pressupostos participativos, com a construção de instrumentos dialógicos, dos quais vale citar: 1) jogo de imagens, para se ampliar o repertório arquitetônico de todos os envolvidos nas discussões; 2) jogo de palavras, para se definir a listagem dos espaços, dimensões e atributos espaciais associados; 3) maquete física, para fomentar as discussões sobre as relações coletivo-público, relações de vizinhanças, e subsidiar as definições espaciais.

Ao final dessas dinâmicas, os bolsistas do projeto de extensão desenvolveram três estudos preliminares, com a mesma metragem, mas com soluções projetuais e construtivas diferentes. 

Participantes: Jovens das ocupações Eliana Silva e Paulo Freire; Oficineiro: Bruno (AIC); Monitoria: Maria Soalheiro (Práxis); Acompanhamento: Vinícius (DESEMBOLA)

Figura: Imagens do processo de elaboração do projeto arquitetônico da sede da
rádio comunitária da Eliana Silva.

Fonte: Artigo - Quatro experiências extensionistas: deslocamentos espaciais e narrativos, da autora Marcela Silviano Brandão Lopes.

Após ter sido apresentado no Subcomitê, o caderno foi entregue à coordenação do MLB. Desde então, o nome "Parque das Ocupações" passou a ser usado para identificar o projeto paisagístico e urbanístico do Vale das Ocupações, no qual estão inseridas seis (6) ocupações atualmente.

Foto: Capa do caderno entregue. Fonte: Acervo Indisciplinar.

Em 2017, o projeto do parque tornou-se a principal frente de ação dos projetos de extensão Artesanias do Comum e Natureza Urbana. O objetivo passou a ser não apenas a reflexão, mas também a consolidação da contranarrativa em construção, tendo como público alvo os técnicos vinculados ao poder público, como os da Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (URBEL) e os da Companhia de Saneamento do município (COPASA).

Como efeito da articulação da academia com movimento social e poder público, destaca-se que em fevereiro desse mesmo ano, o projeto do parque foi inserido na pauta do Subcomitê da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Arrudas, graças à participação da professora  Luciana Bragança (coordenadora do projeto Natureza Urbana) e de Cristiano Abdanur (técnico da COPASA) como representantes nesse evento. Desse modo, o projeto do Parque pôde participar de dois editais abertos ali, sendo um para a preservação de uma das nascentes contidas no território, e o outro para  a arborização das ruas das ocupações.

Foto: Ícone do Subcomitê. Fonte: Acervo Indisciplinar.

Em janeiro de 2017, vários dos adolescentes participaram do evento Minha Quebrada, organizado pela UJR (União Juventude e Rebelião) , onde puderam  participar de atividades esportivas e culturais, bem como discutir sobre temas próprios da juventude.

Aproveitando a mobilização destes jovens, a coordenação do MLB resolveu retomar uma antiga ideia de montar uma rádio comunitária na Ocupação Eliana Silva,  a ser gerenciada por esses jovens.

Diante disso, a coordenação do Programa Natureza Política e projeto de pesquisa "Dispositivos de Mobilização Comunitária" (ambos vinculados ao grupo de pesquisa Indisciplinar) e os projetos de extensão “Mídias Comunitárias” e “Diálogos” (ambos vinculados ao grupo de pesquisa PRAXIS) desenvolveram atividades voltadas para a implantação da rádio, seja desenvolvendo projetos arquitetônicos de forma colaborativa  para a sede da rádio, seja promovendo a parceria entre MLB/UJR por meio do projeto "Desembola na Ideia", sediado no Plug Minas, a partir da qual os jovens das ocupações Eliana Silva e Paulo Freire puderam  participar de oficinas de rádio.

Figura: Folder do evento. Fonte: Facebook do Projeto Minha Quebrada.

O tema do Parque das Ocupações foi levado para a grade curricular de projetos flexibilizados (PFlex) do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFMG, no primeiro semestre de 2016, sob orientação da professora Marcela Brandão. Na disciplina, estudantes do curso se envolveram em questões acerca da luta pelo direito à moradia e pela preservação do verde, presentes no contexto das ocupações urbanas Eliana Silva e Paulo Freire, situadas no Vale das Ocupações. 

Durante o PFlex, os alunos realizaram a primeira ação no território através de cartografias compartilhadas com os moradores, e de ampla pesquisa sobre as práticas urbanas em curso, por meio de visitas a campo, conversas e dinâmicas com os moradores do local. A partir disso, os alunos produziram tanto mapeamentos aéreos, ou seja, com pontos de vista distanciados, a partir do estudo de dados e informações preexistentes; quanto mapas aterrizados, que foram desenvolvidos a partir das visitas ao território e conversas com os moradores.  Esses conteúdos deram embasamento às propostas elencadas ao final da disciplina, e auxiliam, até os dias atuais, na construção de ações no Parque das Ocupações realizadas pelo tripé: ensino, extensão e comunidades envolvidas.

Alunos: Brenda de Castro, Bruna Souza, Caio Nepomuceno, Daniela Faria, Daniel Yoshioka, Eliane Lessa, Luís Henrique Marques, Marília Pimenta, Marina Reis, Miguel Veloso, Octávio Mendes, Plínio Ferraz e Taís Marino.

Foto: Registros feitos durante a disciplina. Fonte: Acervo Indisciplinar.

O Parque das Ocupações foi tema de artigo no Arquisur, em Santiago (Chile), apresentado pela professora Luciana Bragança.

Com o término do pflex Parque das Ocupações, o projeto paisagístico e arquitetônico do parque passou a ser desenvolvido pelo grupo de professores e alunos integrantes dos projetos de extensão  Natureza Urbana e Artesanias do Comum, nos meses de maio e junho, resultando no "Caderno Parque das Ocupações".

Foto: Encontro para ampliar o diálogo das propostas feitas pelos alunos e posterior compilação e reorganização para produção do caderno. Fonte: Acervo Indisciplinar.

O Parque das Ocupações tornou-se pauta ampliada no meio acadêmico, tendo sido tema de artigos em Congressos como o Contested Cities, em Madri (Espanha), apresentado pela professora Marcela Brandão.

Foto: Apresentação de artigos. Fonte: Acervo Indisciplinar.

O evento, que já pertencia ao calendário oficial da cidade e contava com o grupo de pesquisa Indisciplinar na curadoria dos debates sobre arquitetura e urbanismo, teve naquele ano a  temática “Natureza Urbana e a Produção do Comum”. Vários movimentos sociais com pautas diversas  ̶  luta pela moradia,  preservação do verde e preservação do patrimônio histórico e cultural  ̶  foram convidados a participar de uma mesa redonda e de um circuito às ocupações urbanas do Barreiro.

O objetivo era justamente pôr em prática a reflexão acerca do conflito entre os movimentos de luta pela moradia e de preservação do meio ambiente, a partir do caso do Parque das Ocupações do Barreiro. Pode-se dizer que esse foi o primeiro momento em que a pauta da moradia para a população de baixa renda foi incluída nas discussões sobre o meio ambiente, realizadas durante o evento.

Foto: Participação no evento VAC. Fonte: Acervo Indisciplinar.

O movimento Rede Verde, é um projeto criado pelo  Natureza Urbana. Ele propunha a  conexão das ações coletivas pela defesa da Mata do Planalto, do Parque Jardim América, do Movimento Fica Ficus e das demais áreas verdes da cidade de Belo Horizonte  ameaçadas pelo Projeto de Emenda à Lei Orgânica (PELO) PL 7/2014, que propõe mudanças nas regras de ocupação das áreas verdes da cidade. Eram realizadas reuniões quinzenais coordenadas pela professora Luciana Bragança na Escola de Arquitetura.

Em junho de 2015, o movimento reuniu e articulou grupos em uma rede de apoio mútuo, agregando e conectando movimentos como “Fica Ficus”, "Salve a Mata do Planalto" , o "Parque Jardim América", e compartilhando experiências entre os seus ativistas, tanto na RMBH quanto em outras regiões do país – como, por exemplo, o Parque Augusta, em São Paulo.

O encontro contou com a participação das lideranças do MLB,  Leonardo Péricles e Poliana Souza.

Foto: Encontro da Rede Verde. Fonte: Acervo Indisciplinar.

Em 2015 ocorreu um encontro entre Leonardo Péricles (MLB)  e professoras Natacha Rena e Marcela Brandão  ̶  integrantes do grupo de pesquisa Indisciplinar e docentes  da Escola de Arquitetura e Urbanismo da UFMG  ̶  no qual discutiu-se a importância de inserir a pauta ambiental na luta pela moradia, tendo em vista a proximidade das ocupações do Barreiro com uma grande área de preservação ambiental.

Nesse encontro, surgiu o nome “Parque das Ocupações”, iniciando um processo de construção de um imaginário em torno da ideia do parque, considerado desde esse momento como sendo toda a área de preservação ambiental e todas as ocupações urbanas.

Foto: Primeira visita de membros do grupo Indisciplinar à Ocupação Paulo Freire. Fonte: Acervo Indisciplinar.